domingo, 21 de dezembro de 2008

Presente para Jesus

Paulo Roberto Gaefke


Acordei nesse dia de Dezembro com vontade

de comprar um presente para Jesus, afinal,

não existe maior amigo que o Mestre dos Mestres,

e no dia 25 o aniversário é Dele.

Saí cedo de casa e fui ao maior shopping-center da cidade.

Pensei primeiramente numa camisa branca,

mas quando vi que o branco mais branco da Terra

ainda era cinza perto da sua pureza,

fiquei com vergonha e desisti.




Em outra vitrine vi um sapato de couro, lindo e

caríssimo, mas quando lembrei dos seus pés

calçados pelas sandálias da missão cumprida, achei que não existiria na Terra algo tão confortável que

merecesse seus pés.

Uma caneta, foi isso que a próxima vitrine me

apresentou, uma linda caneta de marca famosa,

seria um lindo presente, mas lembrei-me que

Ele nunca escreveu nada. Tudo que Ele falou, mostrou na prática, servindo e amando sempre.




Lembrei-me, que um dia Ele falou que não tinha sequer

um travesseiro para recostar sua cabeça,

e pensei no melhor travesseiro de plumas

de uma loja especializada em sono,

era importado e muito confortável,

mas lembrei-me que os justos dormiam tranqüilos

e que Ele jamais usaria o travesseiro.




E, assim fui olhando as vitrines, abotoaduras de ouro,

malas de viagem, bebidas finas, comidas importadas,

tudo supérfluo, tudo matéria que o tempo iria corroer.




Confesso que sai um pouco chateado do Shopping,

afinal eu saíra para comprar um presente para

Você Jesus, e não havia achado nada!




Na porta do Shopping um menino muito miudinho

sorriu para mim, perguntou meu nome e eu o dele,

ele riu e me estendeu a mão.

Ele tiinha o rosto muito sujo, as mãos encardidas.

Perguntei pela sua mãe, ele deu de ombros,

sobre o pai, nem sabia onde estava...

perguntei se ele queria tomar um lanche,

ele sorriu um sim e pegou na minha mão.




Na porta do Shopping olhou para suas roupas

e olhou para mim, sabia que não estava

corretamente vestido. Peguei-o no meu colo,

era a senha para ser feliz.

Seus olhinhos miúdos percorriam aquelas luzes,

enfeites e pessoas bonitas como se fosse um

filme de Walt Disney...




Na lanchonete sentou na cadeirinha giratória e

sorriu como "reizinho", e entre uma montanha de

batatas fritas, ríamos felizes como dois velhos amigos.




Falamos sobre bolinha de gude, pipas e bola

de futebol, coisas importantes para o ser humano,

principalmente quando somos crianças.




Devoramos dois lanches, e quando perguntei

se ele queria um sorvete gigante

como sobremesa, seus olhos brilharam feito o sol.

Pedi um instante, fui até o caixa, e quando

voltei com os sorvetes na mão ele já não estava ali...




Por instantes pensei que ele tinha ido ao banheiro,

ou estaria olhando a lanchonete,

mas não estava ali mesmo.




Foi quando sobre a caixa de batatas vazias

vi um papelzinho, um bilhetinho escrito com

letra bem miúda que dizia assim:

"Obrigado pelo melhor presente de aniversário

que poderia me dar:

Fizeste feliz um dos pequeninos do mundo!"

Assinado, Jesus.



* * *

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